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1 de janeiro de 2013

Só uma transição


                                                                                         - Jessy Gregório

Sabe aquela sensação de mudança, a renovação interna, crença no amanhã, pedidos aos céus, lágrimas de emoção, telefonemas a meia noite, estalos no céu...O que foi tudo isso? O que o ano que passou nos deixa? O que virá pela frente? Tudo isso parece perguntas subsequentes,  e são, suas respostas são diferentes a cada ser que as faz para si e sempre existirão a cada novo ano.
Eu não sei bem o que aconteceu, era como se me sentisse evasivamente só. Toda aquela comida, as bebidas, sorrisos, histórias... eu não queria nada daquilo no próximo ano. Me retirei daquela bagunça faltavam cinco minutos para meia noite, desci a rua sem ver ninguém, por alguns instantes me desliguei do mundo, ouvia lá no fundo pessoas me chamando, mas eu simplesmente as ignorei, atravessei a rua e me sentei no gramado da praça, tinha muita gente, muitas pessoas ficaram perto de mim, com garrafas de champanhe, gritando e muitas até me sufocando. Eu dei as costas para tudo aquilo, apenas mirei o céu, numa suplica incessante de melhoras, não que o ano que se foi tivesse sido péssimo, mas pelo medo de que o que viesse pudesse ser pior.
Quando enfim veio a meia noite, vi milhões de abraços, de sorrisos, de desejos de felicidade. Eu esperei partilhar aquele momento como todos, mas ao contrário de tudo que eu podia fazer, me vi imóvel, olhando pro céu, aqueles fogos me traziam desejos de renovação, coisas de devia mudar, atitudes que deveria ter. Pude ver todos irem embora e a praça esvaziar, mas permaneci ali, sentada no gramado úmido até a ultima explosão de fogos me ajudar a lembrar de algo. Eu nunca havia me sentido assim, era como se tudo fosse esperado, cada atitude e o dia de amanhã fosse o mesmo, como se nada fosse mudar, como se a vida estivesse quase completa. Então, antes de me levantar, fiz uma prece rápida e agradeci por aquele ano, já havia pedido demais, me senti no dever de agradecer. Me levantei e caminhei lentamente até a minha casa, não me importei com os olhares que vinham em minha direção, eles jamais entenderiam o que as batidas do meu coração poderiam querer dizer. Antes de ir, pude ver vários casais se beijando, não sei por que, mas aquilo me doeu demais e senti uma lágrima descer no canto dos olhos.
Parei no meio da rua, observei tudo, as pessoas, as casas e as luzes de natal que ainda permaneciam. Entrei em casa, procurei minha mãe e lhe dei um abraço, não disse nada, não tinha nada pra dizer. Comi uma colher de lentilha, peguei minha folha de louro e coloquei na carteira, assim como a lista de pedidos que minha mãe me pediu para fazer. Apaguei as luzes, desliguei a TV, ignorei a presença de pessoas em casa e me desejei boa noite.
Sabe, eu só espero que o ano que se inicia seja bom o suficiente para todos, que pelo menos os 25 itens da minha lista de desejos se realize e nada de bom que eu tenha se altere. Sei que isso só depende de mim, sei que Deus não faz nada sozinho, ele só dá um empurrãozinho, nos indica o caminho e nós caminhamos. Que esse ano seja iluminado, que o caminho seja mais próspero e que o que foi plantado  de bom seja colhido.
Obrigado 2012. Bem-vindo 2013!



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