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25 de abril de 2013

Retornar V


Capitulo I / Capitulo II / Capitulo III Capitulo IV 
                                                                                                               - Jessy Gregório

Naquele dia não voltei para o escritório e ele sabia muito bem o motivo. Me sentia mal, chorava sem parar, enrolada em meu velho edredom floral tentava encontrar uma maneira de me sentir confortada, mas nada era o bastante. Por um lado sabia que tinha feito a coisa certa, e por outro, sentia um irremediável sentimento de culpa, que me dizia: " Porque fez aquilo? Tudo poderia ser diferente agora". Mas sabe de uma coisa, não se pode parar o tempo e querer voltar e continuar a vida de onde parou, a vida não é um DVD, não se pode fugir dos problemas, nem pular as partes ruins. Por fim, eu fiz a coisa certa.
Em meio a angustias, resolvi sair a noite naquele friozinho de começo de tarde, para sei lá, andar e refletir. Sentei no banco da praça e olhei para as estrelas, de repente alguém apagou a luz delas.
- Ei, saia da minha frente, me deixe pelo menos admirar o céu... - e lágrimas corriam de meus olhos...
- Claro Senhorita, além de admirar o céu gostaria de fazer mais alguma coisa?
- Talvez...- Aquela voz me soava tão bem aos ouvidos- queria que tudo fosse diferente...

Um silêncio tomou conta de tudo, o homem se afastou, tirou o sobretudo que lhe cobria até o rosto e o jogou no chão. Caminhou por entre a trilha, até que não pude mais vê-lo e pensei, "quem se importa com os problemas alheios?". Voltei a admirar as estrelas...
E então....
"Love me tender,
Love me sweet,
Never let me go.
You have made my life complete,
And i love you so.

Love me tender,
Love me true,
All my dreams fulfilled.
For my darlin' i love you,
And i always will."

Uma doce melodia bem familiar me chamou a atenção  a música me trazia recordações boas e a voz era familiar.Olhei e me deparei com Julian, um buquê de flores, um balão escrito " I love you" e uma bela canção. Tentei dizer algo, talvez xinga-lo, mas ele apenas me pediu para ouvi-lo.

- Jane, Quando fui embora, fui até a sua casa e sua mãe disse que você não estava, e que se estivesse não queria me ver e que por favor lhe deixasse em paz. Eu queria dizer que eu estava disposto a desistir. Olhe - Ele abriu uma caixinha com um par de alianças, as mesmas que escolhemos aos 17 anos. - Eu comprei pra te dar naquele dia, mas sai com o pior do sentimentos do mundo. Me senti abandonado e entre as alianças e as passagens, decidi ir e te deixar em paz. Maldita a hora em que tomei essa decisão! - O choro começou a ser inconstante, seus olhos tinham um desespero profundo, que me doía. -  Jane, todo o Natal eu vinha ver a minha família, e de madrugada ficava em frente a sua casa, da janela eu podia ver seu rosto o seu sorriso, eu te amei todos esses anos, e embora eu não tenha pedido desculpas, agora eu peço, porque mais do que nunca, minha vida nunca teve sentido sem você. Vamos fazer tudo diferente?

Eu não consegui dizer nada, apenas chorei muito, me levantei e comecei a caminhar, de repente uma chuva começou a me lavar. Parei, respirei, olhei para as poucos estrelas que haviam e em menos de um segundo disparei em direção a Julian, que estava ajoelhado no chão afogado em lágrimas e chuva. Disse:
- Estupido!! - E lhe dei um tapa - EU TE AMO!! - sem mais nada para pensar o beijei, como nunca antes, com amor, com paixão, com raiva...

Porque quando é amor, tudo vale apena, não podemos mudar o passado, mas podemos começar de novo...Simplesmente RECOMEÇAR.



10 de março de 2013

Quem se importa com detalhes?



                                                                                                                      Jessy Gregório 

Eu queria mesmo ser um porto seguro ou quem sabe um simples encosto de porta pra alguém. Mas eu não consigo nem conter meus pensamentos, quem dirá ser necessário para alguém. As doces palavras da comédia romântica que assisti a dois anos atrás, nunca foram ditas como as vi, nem com aquele singelo olhar apaixonado. O abraço apertado do casal no fim do filme, nunca senti, talvez por que nunca alguém tivesse medo de me perder de verdade. O entrelaçar dos dedos nunca foram admirados com carinho, nem o sorriso se abrindo vagarosamente conforme a pessoa amada se aproxima. Nunca fui pega por uma surpresa maravilhosa, nem alguém se ajoelhou em meus pés e declarou o seu amor. O meu primeiro beijo não foi apaixonado e o meu primeiro príncipe encantado passou com seu cavalo branco sobre mim. Então eu parei de acreditar nessas coisas...
Parei de acreditar que as pessoas te presenteiam sem precisar de datas especiais, só pelo fato de você ser especial. Que um homem vai atravessar uma multidão com um buquê de flores escondido atrás de si, para lhe entregar e fazer surgir um sorriso e lágrimas de emoção. Que alguém vai fazer uma música pra você ou dar o seu nome a uma estrela. Que vai olhar mais que no fundo dos olhos e dizer o quanto a vida não faria sentido algum sem você. Que alguém, mais do que pensar em você, irá se preocupar e passar noites acordadas por não saber se está bem. Que vai amar a pessoa que você é, não a saudade que você deixa quando vai. Alguém que valorize cada segundo como se fosse o ultimo e que se importe com os seus problemas como se fossem os dela.
Eu queria que as pessoas não corressem contra o tempo, nem que pensassem que o único retorno bom que se pode adquirir é o dinheiro. Queria que todos parassem e percebessem que a unica coisa que vai fazer você dormir bem no fim do dia, é a quantidades de sorrisos que você fez surgir, os abraços de verdade que deu, as palavras boas que fizeram pessoas felizes e as ações que fizeram a diferença. Não queria ser a única a se importar, mas se um dia alguém me perguntar quem se importa com detalhes? Eu direi:
"EU"



25 de fevereiro de 2013

Heart Attack no ar!


                                                                                                                     Jessy Gregório


E não teve jeito, o novo single de Demi Lovato já está na boca de seus fãs ! Isso mesmo, uma semana antes do lançamento oficial anunciado pela cantora, previsto para o dia 4 de março, a música já está disponível no Itunes Brasil, já na segunda posição, e no youtube, inclusive no próprio canal da cantora.
A música foi feita em parceria com Mitch Allan, Jason Evigan, Sean Douglas e Nikki Williams e é muito boa! Incrível, adorei esse trabalho da Demi, agora aguardamos o clipe dela, que promete!

Curta a música e se delicie com Demi Lovato!


20 de fevereiro de 2013

A ultima crônica



                                                                                                 Jessy Gregório

Na calçada em frente a sua casa Samhanta esperava os carros lhe darem passagem, na rua as poças não haviam secado, refletiam a luz do sol e o céu azul, seu vestido rosa bebê parecia reluzir sob a claridade daquela manhã. Tudo estava perfeito, segurava com segurança o envelope com sua ultima crônica, ela sentia que seu livro ficaria pronto bem rápido, logo todos estariam lendo um exemplar por toda a cidade.
Na esquina um bando de skatistas faziam a curva em alta velocidade, sem se importar muito com as pessoas, e por que se importariam com Samhanta? Um jovem infeliz, passou bem rente a calçada bem no instante que ela colocara os pés na rua. O choque não pegou Samhanta, mas atingiu sua mão e uma forte onda de água proveniente do choque entre o skate e a poça, fez seu brilho se apagar e as folhas de sua ultima história voarem pela rua e se desmancharem na água do chão.

- Oh Meu Deus! Minha história, meu vestido, meu livro!!! Aii, Meu Deus! – ela ainda tentava resgatar as folhas no chão, olhando indignada para tudo aquilo – O que eu vou fazer? Está tudo acabado! -  em meio a tudo aquilo, o que lhe restava era chorar.

- Olha me desculpa, eu não queria ter feito isso com o seu trabalho, por favor me perdoe!

Ao fundo seus amigos o chamavam, caçoavam dele pelo gesto de solidariedade. Apesar do jeito super  sem classe e até meio estúpido, ele sentiu uma incrível pena pela jovem que atropelou, e ignorou todo o tipo de comentário que pode surgir. Se ajoelhou e começou a ajuda-la. Recolheu todas as folhas que pode. Samhanta se sentara na beira da calçada e com as pequenas mãos, finas e delicadas, de dedos longos, tampou seu rosto, num gesto de quem está incrédulo com o  que acabará de ocorrer.

- Oi moça? Meu nome é Daniel, mas pode me chamar de Dan. Mas se quiser me chamar de palavrões e outros nomes por ai, pode chamar, eu sei que mereço. – Na sua expressão se via um profundo arrependimento pelo ocorrido, e uma imensa vontade de ajudar. Acho que mais que isso, algo que nem ela, nem ele, saberiam explicar no momento – Aqui estão os papéis que consegui salvar...é...por favor diga alguma coisa!! Mas só me perdoe...

- Não tem problema, acho que posso pedir um prazo maior para reescrever a história... e ... Ah! Enfim... fatalidades não é?! Prazer Meu nome é Samhanta - E estendeu a mão delicada para Dan. Eles sorriram timidamente, e ele pegou sua mão. A mão fina de uma escritora em contraste a mão rude de um skatista não era tão poética, mas quem se importava? Alguns acidentes não acontecem por acaso. 

- Eu tenho que ir, você precisa de alguma coisa? Machucou algo? 

- Não Dan, só me molhei um pouco. Moro bem aqui nesse prédio antigo. Bem a minha cara. - Ela deu um largo sorriso, e se levantou. - Vou subir e me trocar...

- É... o prédio é lindo! - Seus  olhos a seguiam sem parar, dentro dele, alguma coisa fazia o seu coração bater tão forte, que as palavras lhe faltavam... - Eu tenho que ir também, como pode ver, meus amigos me abandonaram.

- Ah... tudo bem, nós nos encontraremos por ai. Foi um prazer conhece-lo.

- O prazer foi todo meu. Desculpa ai o mal jeito! 

Ela sorriu e acenou. Enquanto ele subiu em seu skate e sumiu na esquina. Samhanta ficou olhando aquele rapaz sumir, e sua mente poética lhe fez imaginar que aquilo tudo não seria um breve acidente. E na mente dele, não tão distante dali, algo o fazia pensar o mesmo. Ora! que coincidência, ambos estão pensando um no outro, e pensariam muito mais...


15 de fevereiro de 2013

Retornar IV


Capitulo I / Capitulo II / Capitulo III / Capitulo IV 

                                                                                                        - Jessy Gregório

Eu não acreditava no que acabara de acontecer, por um lado até que fiquei feliz, mas de repente me bateu um medo de todo aquele sentimento, de tudo que passei um dia e poderia voltar tão rápido. Se é que não tinha voltado...
Todos na sala olharam para mim, esperando minha resposta:

- Vocês já se conhecem? - Disse meu chefe, a essa altura ninguém estava entendendo nada. Eu não sabia o que dizer, alias, não disse nada.

- Claro, Dr. Mat! Eramos colegas de classe a alguns anos atrás, e digo, ela não mudou nada! Linda como sempre.

- Ah! Que gentileza a sua, fico até emocionada. - Apesar do sarcasmo, acho que fiquei vermelha, mas nada que a minha sutil mania de trabalho pudesse resolver. - Vocês podem me dar licença? tenho muitos papéis para revisar. Foi um imenso prazer revê-lo JULIAN! Até mais!

Sai sem olhar, nem dar atenção aos comentários, que eram muitos por sinal. Aos poucos, todos voltaram a suas atividades cotidianas, eu queria muito evitar olhar para a sala da frente e me concentrar ao máximo no trabalho, mas era quase impossível! Perdi a paciência que me restava, aquele lugar, aquele homem, tudo isso estava mexendo comigo. Então resolvi sair e esfriar a cabeça, pedi permissão ao meu chefe e ele me liberou.

Fui no café da esquina e me sentei bem no fundo, em uma mesa que recebia uma incrível luz e uma bela vista para o Parque Colisson. Pedi um chocolate e um cupcake. Enquanto comia, meu cabelo se pôs em meu rosto, me deixando com aquela antiga imagem de garota, que se escondia. De repente, em meio aquela lembrança, senti uma mão colocar meu cabelo por detrás da orelha, senti meus olhos se encherem de água e por um instante, sorri.

- Por que está fugindo de mim Jane? Não somos mais criança! Acho que somos dois belos adultos, com carreiras brilhantes e cheios de vida. Você não entende que eu voltei por você!! - O rosto dele me parecia preocupado, suas mãos procuraram as minhas nesse momento, mas elas estavam sujas de cupcake, mesmo assim ele as apertou com convicção. -  Me responda, diga que você ainda senti o mesmo por mim.

- Talvez as coisas tenham mudado realmente e eu não seja mais a adolescente que você deixou chorando nos degraus do baile de formatura, coma desculpa de que deveria ir para viver melhor. Eu chorei tanto, dias e dias. E você não me deixou escolha, nem se quer mandou uma carta, ou sei lá um e-mail, um telefonema! Agora é fácil voltar depois de anos e apelar para os meus sentimentos. As coisas mudaram Julian, não sou mais como a dez anos atrás. Se você realmente me ama, vai ter que conquistar a mulher que me tornei!

Sai com lágrimas nos olhos, antes joguei 50,00$ sobre a mesa, a garçonete foi bem feliz naquele dia. Bem mais feliz que eu.... e ele...

                                                                                                                    Continua...

13 de fevereiro de 2013

Demi Lovato - Heart Attack


                                                                                      - Jessy Gregório

Até que enfim!
Demi Lovato acabou com o desespero dos fãs. Após deixar suas redes sociais na total escuridão, na tarde do dia 11, o Demi Blackout, que fez muito sucesso no twitter, enfim acabou ontem. A surpresa que deixou muitos fãs apreensivos, era a data de seu novo single " HEART ATTACK" , acompanhado da capa do mesmo e um vídeo promocional com uma minuscula apresentação da música. Só pra nos matar de curiosidade!
Na frase do vídeo, Demi deixa claro que está em uma fase bem diferente de " UNBROKEN " .  Que ela está em uma fase bem mais alegre e de celebração!


































O novo single será lançado oficialmente no dia 4 de março, pela " Holywood Records",  e é a  apresentação de seu novo disco que será lançado ao longo deste ano.

Quem ainda não viu, confere o vídeo promo, onde Demi diz:



"Por algum tempo eu poderia dizer que quando as pessoas falam de mim, que sabiam que a minha história. Eu acho que eu me abri mais sobre este álbum. Minha vida começou a evoluir e eu comecei a crescer. Estas são canções sobre a vida e como ela poderia ser gratificante. E é disto que o disco fala"




Agora é só esperar a música ser devidamente lançada e seu novo CD! Estamos aguardando e assim que sair vocês vão ver aqui!

7 de fevereiro de 2013

Talvez


                                                                                                      - Jessy Gregório

Eu sei que esse "talvez" me perturba, a incerteza me cobre de medo, minha razão torna as coisas tão confusas...
Por um minuto consigo parar e sorrir sem motivo aparente, vivo encantada com a paisagem que é a mais longe possível dos meus olhos, encho o caderno de corações e pinto um a um, com a maior paciência e dedicação do mundo, escolho com delicadeza cada misero detalhe das minhas roupas e acessórios. Tudo se torna tão perfeito e grandioso, meu celular não sai mais debaixo do travesseiro, numa rotina incessante de te ter mais perto de mim. Tanta coisa aparentemente boba, mas que é capaz de encher a vida de graça e fazer o olhar se entregar a mais pura alegria de ver a vida.
Mas sempre tem algo que quebra o encanto. Enquanto o coração vive seus dias de glória, vivendo intensamente o que o amor pode lhe proporcionar, minha razão esbraveja  e coloca medo e desconfiança em meu coração. Me obriga a refletir e colocar a sombra da duvida em cada coisa boa, palavras bonitas e atitudes despretensiosa. Talvez se não fosse amor não existiria esses sentimentos, que se resumem em um simples medo de perda. Perda de tudo aquilo é belo e magnifico o suficiente para ser desejado por toda a vida
, medo de perder um sentimento que não tem motivos para ficar, nem para ir embora. Isso tudo é medo do amor.
O talvez sempre vai existir, sempre pensaremos: " se talvez não existir amor?", "se talvez eu chorar?", "se talvez der errado?", "se talvez aquele belo sorriso ser uma mentira?". Ah! Quantos "talvez", quantas dúvidas tolas. Esse "talvez" remete um futuro distante demais, e garanto, esse futuro ao qual me refiro, não é minha maior preocupação no momento, quero apreciar o presente que me foi dado. O futuro é só uma incerteza que não me trará experiências, nem respostas. Apenas duvidas.
Então, vamos olhar para o passado como se folheássemos um álbum velo. Cheio de lembranças, tropeços, erros e acertos, realizações e momentos. Encarar o futuro como algo a se alcançar, sempre com pensamentos positivos, onde sempre existirá a esperança e a chance de fazer melhor. E o presente, apenas viva-o, como se nada fosse se repetir amanhã, como se não existisse rotina, como se nenhum dia fosse igual. Lembre-se, que sempre podemos fazer diferente. E o "talvez"?
Ah! Talvez eu não precise dele... 


6 de fevereiro de 2013

Dentro de mim


                                                                                               - Jessy Gregório

Andei por muitos lugares dentro de mim,
e isso me cansou...
Olhei diversas paisagens dentro de mim,
e isso acabou...
Matei diversos monstros dentro de mim,
e isso me fez sentir melhor...
Quebrei os muros dentro de mim,
e isso me fez maior...
Me perdi nos labirintos dentro de mim,
e isso me fez achar a saída...
Tive medo da escuridão dentro de mim,
e isso  me fez ver a vida...
Me afoguei nas águas profundas dentro de mim,
e isso me fez respirar...
Sorri com as lembranças perdidas dentro de mim,
e isso me fez chorar...
Meus olhos te vislumbraram...
e dentro de mim, isso fez tudo mudar!


22 de janeiro de 2013

Depois de ontem


                                                                                     - Jessy Gregório

Desde que você se foi, minha vida nunca mais foi a mesma, eu tenho chorado constantemente e parece que nada mais importa, talvez importe , mas eu não ligo. Tudo se tornou tão difícil depois que você partiu, não que você tenha partido, esse é o problema, você continuou vivo, tanto em meus pensamentos, como no meu cotidiano. Eu desejei com todas as forças que você fosse embora, embora para um lugar  qualquer, onde eu nunca mais pudesse ouvir a sua voz, nem sentir o seu cheiro, mas você não foi, você ficou parado, olhando pra mim, me torturando e eu me senti a pior pessoa do mundo. Aliás eu ainda me sinto assim, por que você não parou de me olhar, me olha com ar de indiferença, talvez desejando minha morte. Mas acredite, eu morreria se isso fizesse crescer um belo sorriso em seu rosto, esse sorriso que me fez morrer.
Com o tempo, percebi que te amava mais do que o esperado, mas do que o imaginável,  mais do que o suportável por alguém. Me alimentei de lembranças que deveriam ter desaparecido, mas eu as fiz reviver a cada instante, na esperança de que você iria voltar. Nunca pensei que fosse tão triste acompanhar a minha derrota, ver você me apagar e colocar outra garotinha em meu lugar. O  choque foi horrível,  perdi o consciente, perdi o rumo, perdi o amor a minha vida. Cada vez que me deparava com você, uma parte de mim desejava a morte, e outra falecia, com o tempo me tornei uma carcaça humana, vegetando entre as pessoas, presa em um mundo inalcançável por qualquer um. Me tornei pó, cinza, a matéria orgânica que ninguém mais quer. Um ser de alma e coração feridos, sangrando sem parar. Nem sei se um dia a ferida vai sarar, nem sei se um dia, deixarei de te amar.


21 de janeiro de 2013

Retornar III


Capitulo I / Capitulo II / Capitulo III / Capitulo IV
                                         
                                                                               - Jessy Gregório

Em outros carnavais eu diria que sim, e ficaria extremamente honrada em ser acompanhada por um belo rapaz. Mas, definitivamente eu não era mais uma garotinha frágil que precisasse de companhia.

- Não, acho melhor eu ir sozinha mesmo, moro aqui perto e gosto de andar e ouvir musica, se não se importa... - Pude ver a decepção em seus olhos, mas eu não me acostumei com a ideia ainda.

- Ah..é... okay! Se você prefere assim. Bom, qualquer coisa que precise, esse é o meu telefone. Me ligue, tá bem? -  Ele me passou um pedaço de guardanapo com o numero, e com a sigla J.S. ( Julian Strang).

- Ah..obrigada, qualquer coisa eu ligo. Tchau! - Sai, sem dar nenhum comprimento, acho que ele ficou esperando um abraço.

Fui pra casa caminhando lentamente, ainda consegui ver ele entrar em seu carro sport preto e sair fritando o pneu. Não consegui ouvir música, nem dei boa noite ao porteiro como de costume. Cheguei e nem olhei pra cama, fui direto tomar banho e esquecer de tudo. Mil pensamentos me assombraram a noite toda, as possibilidades, o passado, tudo caiu sobre minha cabeça rápido demais. Quando olhei no relógio já era 5 da manhã e eu tive que ir trabalhar.
Peguei a roupa de sempre, bem diferente da jaqueta de couro e maquiagem pesada. Não pude esconder as olheiras deixadas pela noite, nem tão pouco o cansaço mental. Me arrumei e fui trabalhar, a empresa nunca foi meu lugar predileto, mas pelo menos lá podia ocupar minha mente revisando processos e notas.
Peguei meu táxi, depois de tomar um café bem preto e sem açúcar. Dei bom dia ao taxista e uma boa gorjeta como sempre, cheguei a empresa, subi pelo elevador e não encontrei ninguém circulando por lá, nem a secretário do Dr. Mat. Me dirigi a minha mesa, bem alinhada, papéis em ordem, cadeira encostada e um bilhete sobre a mesa, mas isso não foi comum:

 Sra. Fork,
 Assim que chegar venha a minha sala 
                                 Ass. : Dr. Mat
Fui sem entender muito bem o que acontecia, de fora pude ouvir muitas vozes, acho que havia encontrado o pessoal da empresa. Ao abrir a porta, Dr. Mat veio em minha direção, tampando a minha visão, a sala estava muito cheia:

- Jane! Ainda bem que você chegou, quero te apresentar o novo Gerente de contabilidade da Empresa, importado direto de Londres, olhe que maravilha! Espero que se entendam muito bem - Ele me parou em frente a sua mesa e saiu da minha frente, eu mal pude ver no que meus olhos estavam vendo:

- Julian! - Como assim? Não pude conter minha cara de espanto, ele sorriu sarcasticamente e se dirigiu a mim.

- Jane, quanto tempo! Parece que te vi ontem - e soltou uma enorme gargalhada - Espero que goste de trabalhar comigo.

Meu Deus! Era isso mesmo?

                                                                                Continua



                               


8 de janeiro de 2013

Retornar II

Capitulo I / Capitulo II / Capitulo III / Capitulo IV

                                                                                       - Jessy Gregório

Talvez esse " E agora?" não faça sentido algum, eu teria que me acostumar com a ideia de " retorno".  Passei a noite toda tentando entender o que aconteceu, todo mundo fez muitas perguntas a ele, menos eu é claro, me senti envergonhada pelo seu olhar, ele sempre soube que esse tipo de coisa me deixa inibida e por mais que eu tivesse assumido um caráter agressivo as coisas não mudaram totalmente. Ele veio pra ficar, está morando em um apartamento nesse mesmo bairro, bem próximo daqui pelo visto, eu também moro aqui perto. Será que isso é bom? Tudo é tão confuso, nem sei mais o que pensar.
Aos poucos os amigos foram indo embora e de repente me vi sozinha, aquela mesa redonda, antes cheia de gente rindo e falando alto, ficou grande e vazia, em uma ponta estava eu com uma água sem gás na mão, olhando para o bar e pensando: "Como aquelas garotas são vulgares", as garotas encostadas no balcão, totalmente bêbadas e falando besteiras pro BarMan. Por um instante ouvi uma voz completar o meu raciocínio:

- Ainda bem que você não bebe nada alcoólico! É bem diferente delas - Era o Julian, àquela hora da noite, pensei que ele já teria ido embora ou que eu tive uma bela visão, mas não, lá estava ele com aquele olhar sedutor, encostado na cadeira com uma mão ajeitando aqueles belos cabelos castanhos escuros e um tanto desaliados, aquela expressão serena e aqueles olhos cor de mel que me faziam parar de respirar a cada olhada.- Você sempre foi melhor que elas.

- Eu melhor que alguém? Elas só estão bêbadas, são boas moças e já é tarde, ninguém pensa muito bem a essa hora.

- Ah! Para com isso Senhorita Jane, elas são assim naturalmente, pessoas boas e educadas ou não bebem ou não exageram.

- Pode ser - Minha sobrancelha se levantou, isso é um sinal de que eu não quero discutir sobre garotas bêbadas, ele entendeu.

- Você não mudou nada - Eu pensei: " como não? Olha pra mim, tô de jaqueta preta e cabelos pretos e essa cara amarrada. Como não mudei?" - Continua tão linda como antes e com as mesmas manias de antes.

- Eu não sou mais uma garotinha - Desviei o olhar, não queria encara-lo.

- Não falo aparência, falo de caráter. Quem tem, tem. Quem não tem, não tem. E você tem.

- Tá bom, se você diz.

- Eu que mando. Como sempre! - Olhar esnobe e brincadeiras velhas, parece que nada mudou realmente.

- Bobo. Como sempre! - Ele ia começar a relembrar o passado, e isso abriria uma ferida grande demais, não estava preparada. Chega de surpresas por hoje. - Sua companhia é sempre boa, mas a responsabilidade me chama, já são quase uma da manhã, tenho que trabalhar às 6:00.

- Mas está sedo ainda. Não ficou feliz em me ver?- Acho que ele quer dizer: " você não vai dormir comigo?"

- Fiquei sim, é sempre bom rever velhos amigos. Mas eu realmente tenho que ir, tá okay?

- Posso te acompanhar pelo menos?

Por que você faz isso comigo? Ah! O que eu faço?

                                                                                                      Continua...



Melancólico


                                                                              - Jessy Gregório

Levanta, senta-se, faz a volta em quadrado, anda de um lado para o outro sem saber aonde ir, na verdade mesmo que ande léguas e léguas, não chegará a lugar algum. Esbarra nas paredes, acomoda as costas nelas e desliza até o chão, senta-se, cobre o rosto com as mãos e sente uma vontade louca de chorar. Olha para os lados, deita no chão e desaba. Deseja profundamente que o chão te engula com voracidade. Mas isso não acontece, não é o exterior que dói, não é uma lesão que te faz chorar. É algo mais profundo, bem mais interno, mais pessoal.
Levanta de novo, olha-se no espelho, se olha nos olhos e chora de novo. Passeia pela casa, senta na cama, deita-se, vira pra lá, pra cá, olha pro teto, senta de novo. Liga a TV, muda de canal, uma, duas, três...nada. Levanta, vai pra fora, respira fundo, caminha, olha pro céu, outra lágrima derrama, é tanto silêncio que se ouve a lágrima se acabar no chão. É tanto silêncio que se ouve as batidas do coração, assim como os passos, assim como os soluços.
Um milhão de coisas passam pela cabeça, mas se fosse  algo útil eu não estaria alucinada. Parece que quanto mais se tem, mas vazio se está, como um buraco incessante que nunca tem fundo. Os erros serão lembrados eternamente, já os acertos, parecem deveres.
Sabe, eu não gosto de limpar o fundo do poço, toda vez que volto lá, ele está sujo e imundo, cheio de traças e perigos. Aquela luz melancólica que vez lá de cima, me dá sono e preguiça, me faz querer ficar lá. Por isso não gosto de limpa-lo, por mim ele ficaria fechado, e por que não inundado. Poderia jurar que as lágrimas que choro seriam suficientes para enche-lo. Me sinto como Alice, só que sem perspectivas de voltar. Por que a vida dos outros me parece melhor? Parece melhor ou é melhor? Acho que preciso respirar outros ares, essa vida anda me parecendo um tanto : MELANCÓLICA.


2 de janeiro de 2013

Retornar


Capitulo I / Capitulo II / Capitulo III / Capitulo IV
                                                                                             - Jessy Gregório

Era uma noite quente de dezembro, eu estava sentada no balcão do Center Rock Bar, tomava um coquetel sem álcool, nunca gostei de beber, aliás bebida me dá náuseas e faz meu estômago me matar. Eu esperava alguns amigos, naquelas típicas reuniões de fim de ano, onde os amigos (os que restaram) se juntam para contar as novidades e relembrar bons tempos. Eu realmente estava precisando daquilo, o trabalho andava me consumindo, nunca pensei que fosse tão difícil revisar papéis e ter uma vida social, não era essa vida que eu pretendia ter aos 28 anos. Não mesmo!
Eu não estava bêbada, nem tinha como, mas parecia estar anestesiada, eles estavam atrasados e isso me incomodava, sou muito pontual e odeio atrasos, 20h00 são 20h00. De repente vi uma movimentação estranha, as garotas vinham sorridentes na frente em minha direção, enquanto os rapazes iam direto pra mesa.

- Jane, você vai ter uma surpresa, não acredita quem veio este ano a nossa reunião - eu estava aterrorizada - por favor mantenha-se calma, acho que você vai gostar.

 Elas nunca aprenderam que eu nunca me dei bem com surpresas, minhas reações podem ser as piores possíveis.

- Claro Mel, cadê a surpresa? Se for coisa idiota vou te fazer comer camarão! - Mel era alérgica a frutos do mar, eu adorava a cara dela de medo quando eu falava isso.

- Venha e veremos se não vai gostar.

Poxa, ela parecia ter bastante certeza de que eu ia gostar.
Ela saiu me puxando, fomos seguidas pelas garotas até a mesa dos rapazes, foi quando uma delas falou baixinho em meu ouvido : " Olhe do lado do Mat, quem é ele?". Como quem não queria nada eu olhei, ultimamente eu adquiri um jeito esnobe para tudo. Ah! Por que eu olhei?

- Julian? - Como poderia ser ele, não era possível, não poderia ser. E como estava diferente, fazia tanto tempo - Oi! Tudo bem? Poxa, quanto tempo... - eu queria sair correndo, mas tive que ficar ali.

- Oi Jane! Comigo está tudo ótimo e com você? Você está linda! - Ele sempre me dizia isso, " você está linda!", desde o ginásio, a uns 10 anos atrás, acho que ele não sabia outra frase ou talvez dizia a verdade.

- Tudo ótimo! - Queria dizer, "melhor agora!", mas me contive.

Tudo aquilo me pareceu bem surreal, fazia 10 anos que não via aquele rosto, e como estava diferente. Eu amava esse cara e queria ter passado a vida com ele, mas ele foi embora, viajou para outro país e me pediu para esquece-lo. Eu pensei que tinha conseguido, mas eu só pensei. E agora?



continua...



1 de janeiro de 2013

Só uma transição


                                                                                         - Jessy Gregório

Sabe aquela sensação de mudança, a renovação interna, crença no amanhã, pedidos aos céus, lágrimas de emoção, telefonemas a meia noite, estalos no céu...O que foi tudo isso? O que o ano que passou nos deixa? O que virá pela frente? Tudo isso parece perguntas subsequentes,  e são, suas respostas são diferentes a cada ser que as faz para si e sempre existirão a cada novo ano.
Eu não sei bem o que aconteceu, era como se me sentisse evasivamente só. Toda aquela comida, as bebidas, sorrisos, histórias... eu não queria nada daquilo no próximo ano. Me retirei daquela bagunça faltavam cinco minutos para meia noite, desci a rua sem ver ninguém, por alguns instantes me desliguei do mundo, ouvia lá no fundo pessoas me chamando, mas eu simplesmente as ignorei, atravessei a rua e me sentei no gramado da praça, tinha muita gente, muitas pessoas ficaram perto de mim, com garrafas de champanhe, gritando e muitas até me sufocando. Eu dei as costas para tudo aquilo, apenas mirei o céu, numa suplica incessante de melhoras, não que o ano que se foi tivesse sido péssimo, mas pelo medo de que o que viesse pudesse ser pior.
Quando enfim veio a meia noite, vi milhões de abraços, de sorrisos, de desejos de felicidade. Eu esperei partilhar aquele momento como todos, mas ao contrário de tudo que eu podia fazer, me vi imóvel, olhando pro céu, aqueles fogos me traziam desejos de renovação, coisas de devia mudar, atitudes que deveria ter. Pude ver todos irem embora e a praça esvaziar, mas permaneci ali, sentada no gramado úmido até a ultima explosão de fogos me ajudar a lembrar de algo. Eu nunca havia me sentido assim, era como se tudo fosse esperado, cada atitude e o dia de amanhã fosse o mesmo, como se nada fosse mudar, como se a vida estivesse quase completa. Então, antes de me levantar, fiz uma prece rápida e agradeci por aquele ano, já havia pedido demais, me senti no dever de agradecer. Me levantei e caminhei lentamente até a minha casa, não me importei com os olhares que vinham em minha direção, eles jamais entenderiam o que as batidas do meu coração poderiam querer dizer. Antes de ir, pude ver vários casais se beijando, não sei por que, mas aquilo me doeu demais e senti uma lágrima descer no canto dos olhos.
Parei no meio da rua, observei tudo, as pessoas, as casas e as luzes de natal que ainda permaneciam. Entrei em casa, procurei minha mãe e lhe dei um abraço, não disse nada, não tinha nada pra dizer. Comi uma colher de lentilha, peguei minha folha de louro e coloquei na carteira, assim como a lista de pedidos que minha mãe me pediu para fazer. Apaguei as luzes, desliguei a TV, ignorei a presença de pessoas em casa e me desejei boa noite.
Sabe, eu só espero que o ano que se inicia seja bom o suficiente para todos, que pelo menos os 25 itens da minha lista de desejos se realize e nada de bom que eu tenha se altere. Sei que isso só depende de mim, sei que Deus não faz nada sozinho, ele só dá um empurrãozinho, nos indica o caminho e nós caminhamos. Que esse ano seja iluminado, que o caminho seja mais próspero e que o que foi plantado  de bom seja colhido.
Obrigado 2012. Bem-vindo 2013!