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9 de dezembro de 2012

Doce desilusão


                                                                                   -Jessy Gregório

Você foi como uma doce desilusão, uma especie de sonho perfeito que se perdeu nos caminhos da vida e que hoje eu percebo que não foi em vão, nem magoa trago no peito ao lembrar de você. Isso me parece bom. Mas ninguém sabe ao certo o que senti, nem eu mesma.
Foi nos últimos dias daquele conturbado outubro que me vi tomando uma decisão sobre você, numa espécie de desespero comedido me vi enviando aquela mensagem. Era linda, nela eu contava cada detalhe de como havia me encantado pela sua forma de vida, havia chorado muito até conseguir terminar de escreve-la e ao apertar ENTER, sabia que as coisas mudariam e que a resposta poderia ser boa ou ruim, confesso que isso pouco importava naquele momento, eu queria mesmo era me livrar daquele sentimento doido que andava comendo meu coração. Eu tenho essa mania de dizer tudo o que sinto, quando me apaixono eu falo pra pessoa, mesmo que a resposta seja negativa.
Ao contrario do que eu imaginava, você me deu uma resposta positiva, algo surpreendente. Você era o cara dos sonhos de qualquer garota, o cara a moda antiga, que fala bonito, como os poetas parnasianos e que sabia tratar uma mulher. O jeito diferente de ver a vida, me enchia de luz, a filosofia das palavras havia feito eu vislumbrar uma vida inteira ao seu lado. Simples assim, eu te queria.
E te tive, por longos dois meses, não nos beijávamos, mas andávamos de mãos dadas pela rua, falávamos muito sobre a vida, você me abraçava e eu sentia uma segurança sem igual. Tinha o privilégio de dizer "Te Amo" e ganhar um sorriso tão puro quando o céu azul cheio de nuvens brancas como algodão. Era perfeito demais para ser verdade, todo aquele sonho, aqueles sorrisos, aquela maneira irreal de amar, era demais para o meu trágico mundo. Eu sabia que tinha algo errado, meu coração pertencia a outro e  com o tempo o seu também. Talvez se eu tivesse prestado mais atenção teria percebido que minha confidente, a amiga de longa data que eu compartilhava sentimentos,  sentia seu coração bater tão forte quanto meu, quando ficava perto de você.
Com uma certa distância entre nós, senti nosso mundo feito sobre medida desaparecer. Eu me vi sozinha de novo e com o coração partido demais para esboçar qualquer reação. Você se foi com ela e o mais que pude fazer foi observar o trágico fim que eu me encontrava. Você se quer teve a ombridade de dizer que se apaixonara por outra, ou melhor, pela minha amiga. Na mesma ocasião, talvez teria dito que meu coração nunca te pertenceu a verdadeiramente, mas acredito que isso não seria agradável.
A amiga, eu pude perdoar, ela teve a coragem de esclarecer as coisas e dizer na minha cara que o imprevisto aconteceu. Você eu não consegui falar mais, nem olhar nesse rosto que eu tanto admirava, agora eu sei o que senti. Senti vergonha, vergonha de ter acreditado em palavras vazias e em um caráter manipulável. Só agradeço pelo belo arranhão que rasgou meu coração de fora a fora e que se tornou em um traço de caráter que eu não tinha. O traço que hoje, não me deixa confiar em mais ninguém tão cegamente e que me ensinou a sempre dar o gosto da dúvida a tudo e a todos.
Eu acreditava em príncipes encantados e finais felizes. Agora eu continuo acreditando em finais felizes, só não acredito nos personagens da história.



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