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15 de dezembro de 2012

Um doce reencontro


                                                                                               - Jessy Gregório

Te encontrar hoje não foi como das outras vezes, alias hoje não foi como as outras vezes, foi melhor. Enquanto falava com você ao telefone, e você me fazia rir, ainda imaginava como seria bom poder te ter por perto, a ansiedade não me permitia nem ao menos prestar a atenção na conversa, pela primeira vez eu queria te abraçar e permanecer em silêncio, como num gesto único de gravar teu cheiro na minha memória. Pouco importava as palavras, eu queria era você.
O ônibus demorou um seculo pra passar, e eu já senti um medo absurdo de não conseguir te ver, mesmo assim tentei manter minha paciência já conhecida. Cheguei até onde marquei com você já tarde, ainda tive que te esperar por mais de 10 minutos  que me fizeram te odiar. Meus pés batiam incessantemente contra o chão, num gesto bem conhecido de impaciência, minhas mãos suavam frio, e eu visualizava as horas a cada meio segundo, até que pude te ver do outro lado da rua. Sabe nunca pensei que aquelas cenas de filme, em que o mundo para ao seu redor era verdade, mas acredite elas são bem reais. Era como te ver pela primeira vez, o mundo parou, o ódio que sentia foi substituído por um inevitável sorriso, só conseguia ouvir meu coração disparar. Eu jurava que poderia chorar naquele momento e te abraçar brutalmente, mas preferi fazer o drama das horas de atraso. Você se desculpou e eu te dei um beijo, meu batom ficou na sua boca e eu sorri.  Eu estava completamente feliz, você pegou minha bolsa e passou o braço sobre a minha cintura, ainda conseguiu esboçar um breve : " Você está linda!", que aposto que fizeram minhas bochechas rosarem. Caminhamos pela calçada rindo, você encarava os caras e eu só conseguia sorrir. Acho que não estava acreditando que você estava ali comigo, cumprindo o seu papel de meu namorado me levando até o curso. Me despedi de você sem agarramentos, queria ter certeza que voltaria pra buscar seu beijo.
Você voltou, com um "estou chegando" que nunca chegava, mas que me fazia rir, eu não consigo me entender, eu posso te odiar, mas me derreto com esse seu sorriso bobo, as vezes me parece tão tolo admitir que estou terrivelmente apaixonada por você, só de pensar que meus olhos devem ter um brilho diferente quando te tenho do meu lado, já me fazem perceber o quanto normal e romântica eu sou. Compramos coisas pra comer, e ficamos no ponto de ônibus. Desejei profundamente que meu ônibus tivesse o mesmo atraso da vinda, e assim aconteceu.
Eu queria esquecer que eu iria embora, nunca te olhei tanto quanto hoje, nem fotografei seu cheiro, te contornei em cada detalhe e meus ouvidos transformaram sua voz em música. Você é a harmonia que faz a melodia da minha vida fazer sentido, e eu só conseguia te ouvir. Aquela chuva fina que fez todos se abrigarem, não me fez querer procurar um lugar pra se esconder, eu estava abrigada, eu estava em seus braços, e a chuva só fazia parte da cena. Tudo parecia tão perfeito e bonito. Pense, te beijei na chuva, como nas cenas mais românticas do mundo. Eu percebi mais uma vez que realmente te amo, e quero ver esse sorriso bobo todos os dias acompanhado de coisas mais bobas ainda, porque não precisa ser tão perfeito quanto a cena, basta ser perfeito ao meu coração.
Não foi a primeira vez, nem a última, mas foi um reencontro, eu tive que ir e te ver partir pelo vidro do ônibus, desejei não chorar e não o fiz, apenas sorri, como o dia todo. Afinal eu posso chorar de saudade e te odiar em sua ausência.  Mas lembre-se, toda vez que te ver novamente será como a primeira vez que eu te vi, eu vou me apaixonar de novo por esse sorriso bobo, e sim, sempre estarei perdidamente apaixonada por você e te amarei cada dia mais.


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