Páginas

24 de novembro de 2012

A ponto de...

                                                                                                              - Jessy Gregório

Eu senti meu coração sangrar tanto a ponto de sugar minhas forças e arrancar o brilho dos meus olhos em questão de segundos, senti uma solidão tão profunda e melancólica, como se a multidão que me cercava estivesse envolta por uma névoa branca que me isolava, fitei um ponto fixo em lugar nenhum e uma lágrima se desfez no chão, senti uma dor tão insuportável, que me fez perder a respiração e todos os sentidos por um longo segundo, fechei meus olhos, segurando as lágrimas que desejavam passar desesperadamente pelos cílios em busca de liberdade, olhei para o céu e pedi a Deus que me desse forças. Desejei parar de pensar e continuei pensando e esses pensamentos pareciam tão reais que me levaram a loucura. Caminhei sozinha por horas e horas,sem rumo, nem direção. Meus olhos nada viam, estavam turvos demais, nem sei se era pelas lágrimas ou se era pela chuva que caia sobre mim, naquela hora nada importava, eu só queria lavar a minha alma, queria que tudo aquilo sumisse com a chuva, que toda aquela dor amarga, da mistura de tantos sentimentos e mil pensamentos perdidos se fossem quando eu enfim pudesse parar.
As vezes acho que sofro por antecipação e acabo sofrendo o dobro, mas não, acredito que tenho um medo absurdo de que tudo dê errado e por isso penso para fazer dar certo. Aliás, passei anos da minha curta vida tentando entender por que algumas certas coisas acontecem comigo. Atribui minhas angustias e dores a meus pecados e pensamentos impuros, me martirizei, sem entender que a vida é uma prova de fogo em que tudo pode acontecer. E por mais que cada vez mais, eu sinta uma dor tão profunda e um rio de lágrimas saiam de mim, eu ainda agradeço por poder chorar e aliviar esse mar que se guarda dentro de minhas entranhas e que as vezes resolve se revoltar.
E sem desculpas, o mundo prossegue, as feridas podem se cicatrizar aparentemente, mas mesmo que não fique vestígios, a lembrança sempre carregará a dor do acidente e sempre vai doer quando a mente refazer a cena. Eu continuo chorando toda vez que me sinto inútil  ignorada e sozinha. Meu coração não aceita a ideia de não ser importante para alguém e principalmente perder as pessoas que amo. Talvez eu morra por isso, se eu continuar fechando os olhos talvez eles nunca mais se abram, mas eu sei que deixei bem claro que quando eu amo, eu realmente amo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário