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10 de novembro de 2012

Correntes

                                                                                - Jessy Gregório

Já se sentiu acorrentado? Como se o peso de correntes te impedissem de andar?
Como se vivesse em uma prisão imaginária, vendo o mundo lá fora mudar e progredir, ver as pessoas rindo, vivendo, se apaixonando pela vida, e você só olhando, como se a vida passasse através da janela de um ônibus. Não que a felicidade alheia incomode, mas é degradante perceber que todos vivem, menos você. A sensação de que você foi o único que enfrentou a fila e não conseguiu pegar a senha e pesada.
Simplesmente parece que a felicidade nunca vai ser completa, sempre vai existir essa corrente que te impede de voar e te arrasta pra vala mais funda da sua depressão, isso realmente é sufocante.
As vezes acho que é medo de tentar, de arriscar, de se livrar da corrente e abraçar esse mundo tão grande. Pode ser conformismo com a situação degradante ou simplesmente seja assustador se ver livre, sem lugar pra voltar quando a noite cair ou quando começar a chover. Esse medo de não encontrar refugio quando o sol não brilha e a alma está cansada, que me mantem acorrentada, essa instabilidade que torna o mundo lá fora tão bonito, me assusta um pouco, ou melhor, me assusta e muito.
Mas, eu sei que essa corrente vai sumir um dia e eu vou estar entregue ao mundo, isso já passou de um desejo, passou a ser necessidade, logo não haverá mais luz no fim do túnel e sim uma grande saída. E nesse dia, serei livre...


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