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26 de novembro de 2012

Odeio despedidas


                                                                                                    -Jessy Gregório

Eu nunca me dei bem com despedidas, a ideia de que as pessoas podem ir e nunca mais voltar não me agrada o coração e me fazem chorar. Eu sempre optei por evita-las o máximo que pude, não indo a últimos dias, nem dizer adeus as pessoas, sempre preferi dizer um breve até logo na esperança de que elas voltassem, mas acredite nem sempre elas voltam, muitas se perdem de você e deixam um vazio sem preenchimento.
Acho que agora me deparei com o pior, uma despedida que não há meios de evitar. O ano se acaba e com ele se vai os anos mais bem vividos da minha vida. É pessoal a escola acabou, e com ela se vai aquela liberdade e a revolta de adolescente, vem as responsabilidades de adultos e nós nunca mais seremos aqueles jovens de fones de ouvido, camisas de bandas, cabelos tão brilhantes quanto vidro e tão coloridos e repicados e olhos tão cheios de esperança que eu nunca vi igual. A ideia de que eu não terei mais a alegria preguiçosa de acordar 5 horas da manhã e falar:" Droga! tem aula!", " Só mais um pouquinho mãe", " Hoje é sexta-feira!" ou " Esqueci a tarefa!", não me deixa nada feliz, embora eu ame muito dormir até tarde.
Essa preguiça que me fez desejar tanto que a escola terminasse logo, hoje já me deixa com saudades e um imenso vazio no peito. Acho que nunca olhei pras carteiras da escola e escrevi meu nome nelas tantas vezes quanto esses últimos dias, nem observei cada parede e cada frase escrita nelas com tanta adoração e andei tão vagarosamente por seus corredores escuros e úmidos com um ar de despedida, passando a mão pelos corrimãos da escadaria, lembrando das tantas risadas que dei ao passar por ali... Eu não quero ir, eu quero ficar ali, assim como aqueles nomes gravados nas carteiras.
Aquelas mancadas, as briguinhas, as fofocas, os cochichos, as piadas fora de hora, as broncas dos professores, as tarefas de ultima hora, os trabalhos a fazer, os garotos no pátio com violões e skates falando delas e as garotas em rodas falando deles. Aquela coisa louca de rir alto no meio de todo mundo, pagar mico as 7 da manhã, chorar desesperadamente no banheiro da escola e ser acolhida por um monte de garotas que não sabem o que dizer, mas que estão ali te dando força, cantar o mais desafinadamente possível e dançar loucamente aquelas danças de modinha, assistir algo na TV e fazer piada com aquilo no dia seguinte, se apaixonar e morrer de ciumes com as "amiguinhas", chorar, rir e se emocionar a cada dia com cada coisa nova e aprender mais do que somar números ou decifrar poemas, multiplicar amigos e decifrar pessoas.
Nesses, sei lá, onze anos de estudo eu tive professores ótimos que muito me ensinaram sobre a vida, além de amigos incríveis que me ensinaram a rir, quando eu tinha vontade de chorar. A escola mais do que uma instituição, foi meu refúgio acolhedor, onde eu pude afogar minhas mágoas e se embriagar sem moderação e que hoje eu me despeço com tanta dor e me perguntando: " O que será de mim?!". Bom eu não sei o que será, só sei que talvez a próxima vez que eu retorne, eu carregue uma criança pela mão e ela tenha medo de ficar sozinho ali com tanta gente estranha, mas que com o tempo vai pegar um amor tão grande por tudo aquilo, que não desejará mais ir embora.
 Eu vou chorar, exatamente como agora, tentando reunir todas essas lembranças e lembrando delas com tanto carinho que me fazem rir entre as lágrimas. Acho que agora eu entendo como é crescer e não poder mais voltar atrás, agora eu lembro daquela velha frase dos adultos: " A adolescência é a melhor fase da vida!" e eu dizia que era loucura, pois hoje eu sei que eles tem toda razão. E a ultima vez que eu passar pelo portão da escola, vai me doer tanto, porque eu sei que eu posso dizer: " Até logo!", mas eu não vou voltar mais e todo aquela festa, vai sumir e só os verdadeiros amigos restaram, mas não seremos mais os mesmos.
Eu vou sentir falta de toda aquela orquestra desafinada, da qual eu fazia parte, vou sentir falta das pessoas, das risadas, de cada rosto, de cada olhar, de cada palavra, vou carregar todos em meu coração, com a mais profunda saudade e a imensa satisfação de te-los conhecido e deixar aqui, o meu imenso " OBRIGADO!" a vocês, obrigado a vida que a pesar de tudo me deu um presente que durou o suficiente para se tornar inesquecível.
E então, meu remediado ADEUS escola. Nos encontraremos no mundo dos adultos.



Um comentário:

  1. Oi linda, tudo bem?
    Tb não sou fã de despedidas...
    Acho que ninguem é não é mesmo...
    Seu blog ta lindo...
    Gostaria de convida-la a participar do “1º sorteio de 2013” que estou realizando em meu Blog.
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    - 2 Pulseiras lindíssimas
    Ficarei muito feliz em te-la em meu blog e participando do sorteio. Grande beijo da amiga Annynha Castro
    WWW.fofoletesdeplantao.com

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