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26 de novembro de 2012

Viagem do coração

                                                                                                     -Jessy Gregório

Vou amarrar meu coração num barquinho de papel e solta-lo no mar. Não desejo saber para onde o mar poderá leva-lo, só quero que ele presencie dias lindos de céu azul turquesa e noites estreladas, como furos no céu. Também temo pelos dias e noites de tormenta, que podem engolir o pequeno barco e destruir meu coração, que ficaria a deriva e poderia morrer afogado e sozinho. Mas tudo isso será consequência de uma aventura arriscada.    Porém acredite, eu preciso libertar meu coração e ensina-lo a viver, ou ao menos, deixar que ele aprenda sozinho como se livrar das grandes ondas que a vida traz.
  Essas ondas que trazem estrelas do mar para a areia da praia e deixa que elas morram, poderia trazer o barquinho e meu coração, são e salvo. Dessa forma o barquinho secaria e meu coração poderia admirar a paisagem e em terra firme pensar bem sobre como prosseguir.E não teria mais medo, talvez só do inesperado ou de alguns animais que se encontra em terra firme, mas pelo menos ali poderia correr.
  Mas, pensando bem, um coração é uma presa fácil e destacada, um ponto vermelho perdido no nada, atrairia a atenção das aves. O que seria do meu coração se as aves o pegassem? Acho que inicialmente ele iria gostar da viajem até o ninho, poderia ver tudo tão pequeno lá de cima. Mas, e ao chegar no ninho? Elas iriam come-lo, e amedrontado ele chamaria por mim que a essa hora, estaria ocupada demais, tramando planos com o cérebro.
  Pensando bem, acho que meu coração é muito frágil e pequeno para viver aventuras sozinho, e seria egoismo de minha parte querer se livrar desse órgão tão vital. Tudo culpa dessa mente boba, desse cérebro que nem sempre se entende com o coração. Talvez agora eu amarre os dois num pequeno barco de papel e solte no mar, quem sabe eles se entenderiam melhor.
  Mas isso é outra história...




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